Raspberry Pi: alternativas com ficha completa de cada um

Em Softwares, apps e produtos por André M. Coelho

O Raspberry Pi revolucionou o mundo da tecnologia desde seu lançamento, provando ser uma ferramenta indispensável para entusiastas de eletrônica, programadores e educadores.

Este pequeno computador de placa única, além de acessível, é versátil, permitindo a realização de inúmeros projetos, desde simples tarefas de computação até complexos sistemas automatizados.

Porém, seja por limitações do hardware ou por conta do preço, o Raspberry pode não ser a opção certa para suas necessidades. Para isso, há diversas opções, que vamos apresentar abaixo.

Por que escolher uma alternativa ao Raspberry Pi?

Várias circunstâncias podem levar à busca por opções além do Raspberry Pi. Exploraremos os motivos mais frequentes:

Desempenho superior necessário

Apesar da eficiência do Raspberry Pi em vários projetos, ele pode não atender às necessidades de tarefas mais complexas. Para aplicações que demandam maior capacidade de processamento, memória ou conectividade, uma placa com recursos mais avançados se faz necessária.

Economia financeira

O Raspberry Pi apresenta um custo benefício atrativo, contudo, o mercado dispõe de alternativas com preços ainda mais acessíveis. Para projetos com restrições

Questões de disponibilidade

Dada a popularidade do Raspberry Pi, sua disponibilidade em estoque pode ser limitada. Em situações que exigem a aquisição imediata de uma placa, considerar alternativas disponíveis no mercado pode solucionar o impasse.

Necessidades de compatibilidade

O Raspberry Pi pode não ser compatível com todos os softwares e hardwares disponíveis. Caso seu projeto exija a integração com softwares ou hardwares específicos, verificar a compatibilidade do Raspberry Pi é essencial antes de efetuar a compra.

Requisitos de funcionalidades Específicas

Algumas alternativas ao Raspberry Pi possuem funcionalidades exclusivas, como Wi-Fi integrado, PoE (Power over Ethernet) ou slots para cartão SIM, que podem ser cruciais para certos projetos. Se o seu projeto demanda funcionalidades específicas, a escolha por uma placa que as possua é necessária.

Suporte comunitário

Embora a comunidade Raspberry Pi seja vasta e ofereça amplo suporte, outras placas contam com comunidades igualmente ativas e suporte dedicado. Para projetos que necessitam de orientação específica, optar por uma placa com forte apoio comunitário é recomendado.

Modelos do Raspberry Pi

Simples, pequeno, e barato, o Raspberry Pi entrega desempenho por um ótimo custo, para os mais diversos projetos eletrônicos. Porém, já há concorrentes e alternativas que entregam muitos aspectos diferentes, que podem se encaixar bem melhor na sua ideia. (Imagem: PD)

1. Arduino

O Arduino é frequentemente comparado ao Raspberry Pi, embora seja mais focado em eletrônica e menos em computação. Sua simplicidade e a vasta gama de sensores compatíveis o tornam ideal para projetos de IoT e robótica.

Enquanto o Raspberry Pi é um computador de placa única capaz de executar um sistema operacional completo, o Arduino é uma plataforma de microcontrolador destinada a projetos de eletrônica digital e interação com o ambiente físico.

Por que escolher o Arduino?

Foco em Eletrônica: O Arduino é projetado especificamente para simplificar o uso de eletrônica em projetos multidisciplinares. Isso o torna particularmente adequado para a criação de dispositivos interativos, como sistemas de controle, automação residencial ou projetos de robótica educacional.

Simplicidade e Acessibilidade: Uma das principais vantagens do Arduino é sua simplicidade. A plataforma é projetada para ser acessível a novatos, com uma curva de aprendizado suave, o que facilita o início rápido de projetos sem a necessidade de uma compreensão profunda de sistemas de computador ou programação.

Compatibilidade com Sensores: O Arduino é compatível com uma ampla gama de sensores e módulos, o que o torna extremamente versátil para projetos de Internet das Coisas (IoT). Desde sensores de temperatura, umidade, movimento, até módulos de comunicação como Bluetooth e Wi-Fi, o Arduino pode se conectar facilmente a diversos componentes eletrônicos.

Especificações técnicas do Arduino

Microcontrolador: Varia de acordo com o modelo, sendo o ATmega328p um dos mais comuns na linha Arduino UNO.

Velocidade do Clock: Geralmente 16 MHz.

Memória Flash: Por exemplo, 32 KB no Arduino UNO (0.5 KB usado pelo bootloader).

SRAM: 2 KB no Arduino UNO.

EEPROM: 1 KB no Arduino UNO.

Portas de I/O Digitais: 14, com 6 capazes de saída PWM no Arduino UNO.

Entradas Analógicas: 6 no Arduino UNO.

Comunicação: Suporte a UART, SPI e I2C.

Alimentação: 5V via USB ou 7-12V via VIN.

Comparativamente, o Raspberry Pi oferece capacidades de computação muito mais robustas, incluindo a capacidade de rodar sistemas operacionais completos como Linux, realizar tarefas de processamento de dados, hospedar servidores web, executar softwares de edição e muito mais.

Quando escolher cada um?

O Arduino é ideal para projetos focados em eletrônica e interação com o ambiente físico, oferecendo facilidade de uso e vasta compatibilidade com sensores.

O Raspberry Pi, por sua vez, é mais adequado para projetos que requerem capacidade de processamento avançada, conectividade e a execução de sistemas operacionais completos.

2. BeagleBone Black

BeagleBone Black é uma poderosa alternativa, com ênfase em aplicações industriais. Oferece maior capacidade de processamento e suporte a interfaces de comunicação mais diversas, adequando-se a projetos que exigem maior complexidade.

Ambas as plataformas possuem características distintas que atendem a diferentes necessidades de projetos de computação e eletrônica.

Por que escolher o BeagleBone Black?

Foco em Aplicações Industriais: O BeagleBone Black é projetado para atender especialmente a demandas de aplicações industriais. Isso se deve à sua robustez, capacidade de processamento e a versatilidade das interfaces de comunicação que suporta, tornando-o adequado para projetos de complexidade elevada.

Capacidade de Processamento Superior: Comparado ao Raspberry Pi, o BeagleBone Black oferece uma abordagem mais focada em processamento em tempo real e em tarefas que requerem um desempenho constante e confiável, aspectos cruciais para aplicações industriais e de automação.

Suporte a Interfaces de Comunicação Diversificadas: Uma das grandes vantagens do BeagleBone Black sobre o Raspberry Pi é o seu extenso suporte a diferentes interfaces de comunicação. Isso inclui não apenas as conexões padrão como Ethernet, USB e HDMI, mas também uma grande quantidade de pinos de I/O para GPIO, PWM, ADC, I2C, SPI e UART, tornando-o extremamente versátil para a integração com uma ampla gama de dispositivos e sistemas.

Especificações Técnicas do BeagleBone Black

Processador: ARM Cortex-A8 de 1GHz.

Memória RAM: 512MB DDR3.

Armazenamento: 4GB eMMC onboard, expansível via microSD.

Conectividade: Ethernet 10/100, HDMI, USB host e USB client.

Portas de I/O: 65 pinos de I/O, incluindo ADC, I2C, SPI, UART e PWM.

Sistema Operacional: Suporta várias distribuições Linux adaptadas para o BeagleBone, além de outras compatíveis com ARM.

Quando escolher cada um?

Para aplicações que demandam alta interação com hardware externo, proessamento em tempo real e projetos industriais, o BeagleBone Black se apresenta como uma escolha robusta.

Por outro lado, para projetos que beneficiam de uma comunidade ampla, versatilidade de uso e desempenho computacional elevado, o Raspberry Pi continua sendo uma opção excepcional.

3. Orange Pi

O Orange Pi destaca-se por sua flexibilidade e preço acessível. Com várias versões disponíveis, atende a diferentes necessidades, desde aplicações básicas até projetos mais exigentes em termos de gráficos e processamento.

Ambos têm suas peculiaridades, vantagens e contextos de uso ideais, diferenciando-se principalmente em termos de flexibilidade, preço e desempenho.

Por que escolher Orange Pi?

Flexibilidade e Diversidade de Modelos: O Orange Pi é conhecido por sua ampla gama de modelos, que variam significativamente em termos de capacidades de processamento, memória, e recursos de I/O. Essa diversidade permite que usuários escolham exatamente a variante que melhor atende às necessidades específicas de seus projetos, seja para aplicações básicas ou para demandas mais intensas de processamento e gráficos.

Custo-Benefício: Um dos principais atrativos do Orange Pi é seu preço acessível. Em comparação com o Raspberry Pi, muitos modelos do Orange Pi oferecem um custo mais baixo, o que é especialmente atraente para projetos com orçamento limitado ou para aqueles que necessitam de múltiplas unidades.

Especificações Técnicas (Orange Pi Zero):

Processador: Allwinner H2+ Quad-core Cortex-A7 CPU.

Memória RAM: 512MB DDR3 (com variantes de até 1GB dependendo do modelo).

Armazenamento: Slot para cartão microSD para armazenamento externo.

Conectividade: Ethernet 10/100, Wi-Fi 802.11 b/g/n, e USB 2.0.

Portas de I/O: GPIO, SPI, I2C, entre outras dependendo do modelo.

Sistema Operacional: Suporta Android, Ubuntu, Debian e outras distribuições Linux compatíveis.

Quando escolher cada um?

Embora o Raspberry Pi ofereça vantagens em termos de suporte comunitário e compatibilidade de software, o Orange Pi apresenta uma opção competitiva para diversas aplicações, desde que o usuário esteja confortável com os desafios potenciais relacionados ao suporte e documentação.

4. Banana Pi

O Banana Pi é outra alternativa robusta, compatível com diversas distribuições Linux, o que o torna versátil para uma ampla gama de aplicações. Seu hardware potente é bem adequado para servidores de mídia e sistemas de armazenamento em rede.

Por que escolher o Banana Pi?

Capacidade de Processamento e Flexibilidade: O Banana Pi se destaca por sua capacidade de processamento superior em certos modelos, oferecendo alternativas robustas para projetos que necessitam de mais poder de computação.

A flexibilidade também é uma característica chave, com vários modelos disponíveis para atender a diferentes necessidades, desde aplicações básicas de aprendizagem até demandas mais intensivas como servidores de mídia, armazenamento em rede e computação de alto desempenho.

Especificações Técnicas (Banana Pi M3):

Processador: Octa-core ARM Cortex-A7 CPU.

Memória RAM: 2GB LPDDR3.

Armazenamento: 8GB eMMC onboard, com slot para cartão microSD para expansão.

Conectividade: Gigabit Ethernet, Wi-Fi 802.11 b/g/n, Bluetooth 4.0, e portas USB.

Portas de I/O: GPIO, UART, I2C, SPI, entre outras.

Sistema Operacional: Suporte para Android, Ubuntu, Debian e outras distribuições Linux.

Quando escolher cada um?

Para projetos que exigem capacidades de hardware superiores, o Banana Pi pode ser a escolha certa, embora seja importante considerar fatores como suporte comunitário e compatibilidade de software ao fazer essa escolha.

5. Odroid

Odroid oferece modelos com alto desempenho de processamento, sendo uma excelente escolha para jogos, emulação e aplicações que demandam intensa capacidade gráfica e de processamento.

Por que escolher o Odroid?

Foco em Desempenho de Alto Nível: O Odroid é projetado para usuários que necessitam de desempenho superior em suas aplicações, como jogos, emulação, servidores de mídia e computação intensiva.

Com processadores mais potentes e opções de maior memória RAM em comparação com muitos modelos de Raspberry Pi, o Odroid é capaz de lidar com tarefas mais exigentes e multitarefa mais eficiente.

Especificações Técnicas (Odroid-XU4)

Processador: Samsung Exynos 5422 Cortex-A15 Quad-core 2GHz e Cortex-A7 Quad-core 1.4GHz (octa-core).
Memória RAM: 2GB LPDDR3.

Armazenamento: Slot para cartão microSD para armazenamento externo e suporte a eMMC.

Conectividade: Gigabit Ethernet, 1x USB 3.0, 1x USB 2.0, HDMI 1.4a para display.

Portas de I/O: GPIO, I2C, SPI.

Sistema Operacional: Suporta diversas distribuições Linux, incluindo Ubuntu, Android, e outras compatíveis com ARM.

Quando escolher cada um?

Para projetos que exigem um alto grau de processamento e multitarefa, o Odroid apresenta-se como uma opção superior, embora com um custo maior.

Por outro lado, o Raspberry Pi oferece uma excelente relação custo-benefício e uma comunidade de suporte mais ampla, tornando-o adequado para uma variedade maior de projetos, especialmente aqueles com foco educacional ou de desenvolvimento de software.

Como fazer a escolha entre as alternativas ao Raspberry Pi?

Escolher a alternativa correta ao Raspberry Pi para o seu projeto depende de uma série de fatores, incluindo o tipo de projeto que você está planejando, o orçamento disponível, as necessidades de desempenho e as preferências pessoais em termos de comunidade e suporte.

Aqui estão alguns passos e considerações que podem ajudá-lo a tomar a melhor decisão:

1. Defina as Necessidades do Seu Projeto

Desempenho e Capacidade de Processamento: Se o seu projeto exige alto desempenho, processamento intensivo ou multitarefa eficiente, considere plataformas como o Odroid ou variantes mais potentes do Banana Pi e Orange Pi.

Especificações de Hardware: Para projetos que necessitam de muitos pinos de I/O, ADCs (Conversores Analógico-Digitais), ou outras funcionalidades específicas de hardware, avalie cuidadosamente as fichas técnicas de cada placa.

Compatibilidade com Software e Hardware: Certifique-se de que a plataforma escolhida é compatível com os softwares, sistemas operacionais e módulos de hardware que você planeja usar.

2. Considere o Orçamento

Custo Inicial: Algumas alternativas ao Raspberry Pi podem ser mais baratas ou mais caras, dependendo das especificações. Avalie o custo-benefício de cada opção com base nas necessidades do seu projeto.

Custos Adicionais: Lembre-se de considerar custos adicionais, como acessórios, módulos de expansão e custos de envio.

3. Avalie a Comunidade e o Suporte

Documentação e Tutoriais: Uma comunidade ativa pode ser um recurso inestimável. Plataformas com grande suporte da comunidade, como o Raspberry Pi, oferecem vasta documentação e tutoriais, o que pode facilitar o desenvolvimento do projeto.

Fóruns e Grupos de Discussão: Verifique se existe um fórum ativo ou grupos de discussão para a plataforma escolhida, onde você pode buscar ajuda e compartilhar conhecimentos.

4. Flexibilidade e Expansibilidade

Possibilidades de Expansão: Considere se a placa oferece as portas e conexões necessárias para futuras expansões do seu projeto, incluindo USB, Ethernet, HDMI, GPIOs, entre outros.

Adaptação a Mudanças no Projeto: Algumas plataformas oferecem mais flexibilidade para se adaptar a mudanças nos requisitos do projeto ao longo do tempo.

5. Disponibilidade

Facilidade de Aquisição: Verifique a disponibilidade da placa em sua região, incluindo tempo de entrega e custo de frete. A popularidade do Raspberry Pi às vezes resulta em escassez de estoque, o que pode não acontecer com algumas alternativas.

6. Projetos Similares

Inspiração de Projetos: Pesquise projetos similares ao que você deseja realizar e veja quais plataformas foram utilizadas. Isso pode oferecer insights valiosos sobre qual placa é mais adequada para o seu projeto.

Perguntas frequentes (FAQ)

Qual é a melhor alternativa ao Raspberry Pi para iniciantes?

Para iniciantes, o Arduino é frequentemente considerado a melhor alternativa ao Raspberry Pi. Devido à sua simplicidade, vasta gama de tutoriais disponíveis e uma comunidade ativa, o Arduino permite uma curva de aprendizado mais suave para aqueles que estão começando a explorar o mundo da eletrônica e programação.

Sua plataforma é ideal para entender os fundamentos da programação de hardware e a interação com sensores e atuadores de forma intuitiva.

Posso usar o Arduino para projetos de computação assim como o Raspberry Pi?

O Arduino pode ser usado para projetos de computação, mas com algumas limitações em comparação com o Raspberry Pi.

Enquanto o Raspberry Pi é um computador de placa única capaz de executar um sistema operacional completo e realizar tarefas de computação mais complexas, o Arduino é um microcontrolador, mais adequado para controlar hardware, ler sensores e executar tarefas específicas.

Para projetos que exigem processamento de dados intensivo, interface gráfica ou multitarefa, o Raspberry Pi seria mais apropriado.

O BeagleBone Black é adequado para aprendizado de programação?

Sim, o BeagleBone Black é adequado para aprendizado de programação, especialmente para aqueles interessados em programação de sistemas embarcados e interação com hardware.

Ele oferece uma plataforma mais robusta que o Arduino, com a capacidade de executar um sistema operacional completo (Linux), proporcionando uma experiência mais próxima a programação de computadores reais. Além disso, possui uma série de recursos de I/O que permitem aos usuários se aprofundarem em projetos de eletrônica e robótica.

Entre o Orange Pi e o Banana Pi, qual oferece melhor desempenho?

O desempenho entre Orange Pi e Banana Pi pode variar significativamente dependendo dos modelos específicos que estão sendo comparados.

De maneira geral, alguns modelos de Banana Pi oferecem melhor desempenho em termos de processamento e capacidades de memória, especialmente para tarefas que exigem mais recursos, como servidores de mídia ou aplicações de computação intensiva.

No entanto, o Orange Pi também oferece modelos com especificações fortes e pode ser preferível em termos de custo-benefício, dependendo do projeto.

Odroid é uma boa opção para emulação de jogos?

Sim, o Odroid é uma excelente opção para emulação de jogos, especialmente para aqueles interessados em emular consoles mais antigos até sistemas de geração mais recente.

Graças ao seu alto desempenho de processamento e capacidades gráficas, modelos como o Odroid-XU4 são capazes de rodar uma ampla gama de emuladores com eficiência, oferecendo uma experiência de jogo suave. Seu hardware robusto faz dele uma escolha popular entre entusiastas da emulação.

Exploramos várias alternativas ao Raspberry Pi, cada uma com suas características únicas. A escolha depende do projeto em mãos, mas todas oferecem oportunidades incríveis para inovação e aprendizado.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

No final da década de 90, André começou a lidar diretamente com tecnologia ao comprar seu primeiro computador. Foi um dos primeiros a ter acesso à internet em sua escola. Desde então, passou a usar a internet e a tecnologia para estudar, jogar, e se informar, desde 2012 compartilhando neste site tudo o que aprendeu.

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