Explicação das Disciplinas do RUP
O RUP (Rational Unified Process), do qual já falamos em um artigo sobre as fases do RUP, tem também disciplinas cujas atividades são distribuídas através das fases iterativas. As disciplinas do RUP são separadas em Disciplinas de Engenharia e Disciplinas de Apoio e Suporte.
As Disciplinas de Engenharia são 6, e as de Apoio e Suporte são 9. Estas disciplinas classificam as atividades em assuntos relacionados entre si, sendo que cada um destes assuntos aparece com importância diferente em cada uma das fases, como pode ser visto na figura ilustrativa deste artigo.
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É fácil imaginar que uma disciplina como a Modelagem de Negócios tenha maior presença na fase de Concepção, onde há o levantamento da viabilidade do projeto que precisa ser feito em parceria e anuência da área estratégica dos clientes.
Veja na figura abaixo, do lado esquerdo, cada uma das disciplinas do RUP que explicaremos brevemente a seguir.
Disciplinas de Engenharia do RUP
- Modelagem de negócios: a TI precisa entender o funcionamento do negócio e o cliente precisa entender no que a TI poderá contribuir para melhor suportar os negócios. A comunicação entre engenheiros de software, desenvolvedores, clientes e usuários deve ser definida e aprimorada. A modelagem de negócios explica permite descrever como a visão da organização pode ser usada como base para descrever o processo, os papéis e responsabilidades no projeto.
- Requisitos: explicar como transformar as necessidades das partes interessadas em requisitos que serão usados para criar o sistema.
- Análise e Projeto (Design): obviamente mais presente na fase de Elaboração, esta disciplina visa criar uma abstração do sistema, com classes, pacotes e subsistemas com interfaces bem definidas. Deve também descrever como cada objeto das classes irá colaborar para viabilizar os casos de uso do sistema.
- Implementação: se faz presente principalmente na fase de construção. Consiste na organização e criação do código, binários, executáveis, componentes e testes de unidade. Descreve também como reutilizar componentes.
- Teste: é mais importante ao fim da fase de construção e início da fase de transição. São feitos testes de integração. É verificado se os requisitos foram corretamente implementados. Tem o objetivo de garantir que os defeitos sejam tratados antes da implantação do software. Ainda considerando a mesma visão globalizada do RUP com relação à garantia da qualidade, a disciplina teste se faz presente em todas as fases, como mostra a figura.
- Implantação: entregar o software ao usuário final. Releases, embalagem, distribuição, instalação e suporte aos usuários.
Disciplinas de Apoio e Suporte do RUP
- Gerenciamento de configuração e mudança: trata do controle de versão e dependências de artefatos, como documentos e modelos. Gerencias as solicitações de mudanças para estes artefatos, classificando-as em vários estados, listando as causas raiz, a natureza (defeito ou melhoria), prioridade, etc… Pode utilizar sistemas de controle de versão e de gerenciamento de ciclo de vida (ALM – Application Life Cicle Management) para viabilizar e facilitar a execução da disciplina.
- Ambiente: esta fase é similar à abordagem dada a utilização de outros guias de boas práticas ou processos de desenvolvimento – a customização. O RUP pode ser personalizado para utilização em cada projeto. O RUP não é uma norma fixa, pode ser criteriosamente preparado para adequação em cada diferente situação que se encontra no gerenciamento de processos. Inclusive, pode-se dizer que o sucesso do projeto depende da capacidade da pessoa que faz esta personalização. Em alguns casos, caso o RUP seja utilizado de forma errada, pode levar à percepção de que o método é muito pesado e custoso para ser utilizado, levando à dificuldades no projeto.
- Gerenciamento de projeto: planeja o projeto em dois níveis de detalhamento, descrevendo as iterações e os processos de acompanhamento e métricas destas iteração.
Analisando as atividades de cada uma das disciplinas, e verificando em que ponto cada uma delas se encontram nas fases do projeto, é possível ter uma visão bem mais abrangente do funcionamento do “processo RUP”.
Sobre o autor
Profissional de TI com mais de 20 anos de experiência na indústria. Bacharel em Matemática Computacional, sempre aprendendo sobre tecnologia, desenvolvimento de software e automação. É criador do site Palpite Digital onde compartilha conhecimentos desde 2007!
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Um comentário para: “Explicação das Disciplinas do RUP”
Erick
Muito bom seu artigo!